A estrela brilha.
E mais do que depressa
Eu pisco pra ela.
A sua sorri.
Sorri pra mim.
Sem medo, sorrio pra ela.
A noite desceu sobre a terra.
Seu manto de negra seda
Me envolve,
Até que a gaze azul
Da manhã
Me descubra.
A estrela da manhã
Vai sumindo.
O sol, devagar,
Vem subindo
De trás do morro.
E descobre o mundo:
As mulheres que saem,
As mulheres que entram,
As janelas que se abrem,
As janelas que se fecham,
As flores que desabrocham,
As pedras que cintilam,
As areias, as ondas,
O mar azul.
E o sol vai me descobrir
Bebendo da areia
A vida do sol.
Bebendo do céu
A vida da lua.
Bebendo do mar
A vida da noite.
Bebendo da vida
Os mistérios de ser gente.
Bebendo do sol nascente
O por quê do mundo.
Bebendo da estrela última
O mistério de ser única.
Bebendo do vento
Doces palavras de amor.
Vem que eu te quero.
E o sol me envolve,
E a areia me confunde,
E o mar me traga,
Transformando-me a vida
Num murmúrio errante,
Num raio de sol,
Numa onda de mar.
E qual sopro do vento
Acaricio o mundo
E a vida,
As mulheres
E os homens,
A terra
E a areia,
O mar
E a montanha.
E vou longe,
Bem longe,
Crispar o espelho do lago.
E quando a Lua
Espiar entre as montanhas
Vai novamente me envolver
Em seu abraço frio,
Em seu olhar quente.
E o sol vai me descobrir
Entre as montanhas
E vai me levar
De volta ao mar...