Alma Minha

Escritos e "guardados" que refletem um tempo, uma época, uma alma.

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Local: São Paulo, São Paulo, Brazil

17 julho 2008

NOS TEMPOS DA CAROCHINHA

“Veja ilustre passageiro...”. Ok, nem nascida eu era quando este anúncio circulava junto com os bondes. Bonde? O que é isso? Sorry, época errada. Deixa eu ajustar minha máquina do tempo. Tic, tic. “Já é hora de dormir...”. Eba, essa eu reconheço (ops, RG baixo...). Mais um ajuste nos ponteiros. “90 milhões em ação...” e a esquadra canarinho adentra o gramado (e a borracha “come solta” nas ruas). Mais um pouco; tic, tic, a máquina do tempo está lenta demais para o meu gosto, excesso de arquivos pesados... No filme 2001, Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick, de 1968 (acho difícil reproduzir as notas musicais...) o computador era uma sala, imenso, gigantesco, indecifrável (olha minha máquina do tempo correndo, agora...) e foi diminuindo, diminuindo, vieram Mac’s, PC’s, notebook, laptop, iphone (cadê o botão de desliga da minha máquina do tempo?). Chego à conclusão de que a tecnologia voava. Hoje pegou carona num rabo de foguete. Da vitrola ao CD, do Super-8 ao VHS ao DVD ao MP3, 4 etc. o tempo foi curto (ou rápido demais). E nós mal temos tempo de nos adaptar aos novos comandos de uma nova geringonça que tem um novo upgrade e pronto, já estamos defasados. De novo. Tudo novo. As coisas sequer têm tempo de ficarem velhas. Dia desses vi uma máquina de escrever – elétrica, pasmem! – numa loja de antiguidades. Será que a tecnologia está levando de roldão, na sua velocidade supersônica, o nosso tempo? O tempo de sonhar, de se emocionar, de se enternecer com coisas simples? De buscar (ou de instalar) na nossa casa o afeto, o ninho, o aconchego? De tornar nossa casa nossa máquina do tempo? De fazer do nosso lar referência, emoção, história, o nosso jeito?